A realização do projeto de EU “Mapografias de SP” na Ilha do Bororé em 2017/18 ampliou significativamente as perspectivas de trabalho, além das oficinas com mapas, de forma que não poderíamos desconsiderá-las no desenvolvimento dos trabalhos com EU. Sendo assim propomos a continuidade do que construímos com os parceiros do Bororé para o ano seguinte.

As oficinas e produção com mapas continuaram, no entanto o trabalho se afastou dos estudos sobre formas de representação do território e se aproximou da ideia de ferramenta para transformar o território, ou formas de territorialização. Esta nova dimensão da produção de mapas foi fruto dos diálogos com o pessoal da Ilha, em especial com o professor José Carlos Nicacio, com uma atitude diferente dos interlocutores anteriores do projeto, para ele não era o caso receber e apoiar o trabalho de uma equipe da USP na sua escola, ele propôs o diálogo, o debate, o construir um trabalho em conjunto.  

Nesse diálogo surgiu a ideia do “Memorial Bororé”, uma proposta do Zé Carlos a partir do trabalho que fizemos nas oficinas para atuar mais incisivamente, além de na formação dos estudantes do Adrião, com a comunidade em geral e com os coletivos e produtores locais.

Desde o início do projeto no Bororé trabalhamos em conjunto com a EE Adrião Bernardes e com a Casa Ecoativa, coletivo cultural e ambientalista muito ativo no território. porém na nova edição do projeto conseguimos definir uma atuação mais consistente em papéis definidos e ativos de cada um de nós, GeMAP, Adrião e Ecoativa.

Portanto, o trabalho realizado em 2018/19 foi a estruturação de fóruns e plataformas de trabalho colaborativo, formação de equipes de trabalho com os estudantes do Adrião e participação em eventos da escola e da comunidade. Desta forma foi possível, durante o ano, consolidar um grupo de estudantes locais vinculado ao trabalho do Memorial Bororé. Igualmente, foi possível um trabalho mais próximo com os coletivos da Zona Sul, além da Ecoativa, realizamos atividades com o Imargem e Navegando nas Artes.

Destacam-se nas atividades do ano dois mapas de grandes escala produzido com os estudantes do Bororé, um no pátio do Adrião e outro na rua em um muro em frente ao “Mural da Memória” pintado pelo Imargem cinco anos antes. Contudo o resultado mais importante foi fixar um ritmo de trabalho e um grupo de jovens da comunidade compromissado com a realização em médio prazo do “Memorial”.

Para o trabalho em EU desenvolvido pelo GeMAP significou a consolidação de trabalho sistemático, contínuo e muito mais participativo com a comunidade nas Margens da Represa Billings.